
Banir o bife do prato, encher a geladeira de maçãs, alface e legumes. À primeira vista, o vegetarianismo parece ser apenas isso: uma dieta simples, cujo sucesso depende só de resistir às tentações da carne. Ser vegetariano, contudo, é uma opção mais complexa, até porque, ser vegetariano não implica comer mato do café da manhã até o jantar. Quem optou por cortar a carne da dieta descobre um universo gastronômico farto e saboroso, em que hortaliças, frutas, legumes e verduras se transformam em pratos naturais e saudáveis. Palavra de especialista. "Tirar a carne do cardápio não é garantia de alimentação saudável", diz o nutricionista George Guimarães, pesquisador do tema. Para preservar a saúde, o vegetariano deve se informar sobre o valor nutritivo dos alimentos, sozinho ou por meio de profissionais, de modo que consiga balancear sua refeição. "É trabalhoso, mas perfeitamente viável para todos: de atletas a executivos", garante Guimarães. Experiência no assunto não lhe falta. Vegetariano desde os quatro anos, criou os filhos Lucas, 9 anos, e Lucius, 8, na mesma linha.
Conheças os tipos de vegetarianismo
Ovolactovegetariano - A maior parte dos vegetarianos se enquadra nessa categoria. Inclui ovos e derivados de leite, o que diminui o risco de a pessoa vir a ter deficiência de proteína e cálcio. Há também o grupo dos lactovegetarianos, que admitem o consumo de derivados de leite, mas não incluem ovos na dieta. Já dentro da linha do ovovegetarianismo, o consumo de ovos é considerado permitido pelos adeptos.
Frugívoros - No frugivorismo, é permitido comer só frutas, nozes e alguns legumes. Há uma preocupação em não matar as plantas, consumindo só o que elas podem repor facilmente: os frutos. Existem ainda os simpatizantes do crudivorismo. Neste caso, nenhum dos alimentos, principalmente os brotos, são cozidos acima de 40ºC, ponto a partir do qual as enzimas dos vegetais começariam a ser destruídas.
Vegetarianismo restrito - Não comem alimentos de origem animal em nome da saúde. Entre eles há os veganos, os mais radicais. Rejeitam carne, ovo, derivados de leite e produtos que imponham algum sacrifício ao animal: de mel a blusas lã - e até extratos à base de gordura animal presentes em certos cosméticos. Mais que dieta, veganismo é um estilo de vida. Alguns sequer vão ao cinema, pois, a película contém gelatina.
Macrobiótica - Baseia-se na filosofia chinesa das forças complementares: yin e yang. O ‘yin’ é a força feminina e representa a tranqüilidade. O ‘yang’ é o lado masculino, a agressividade. Juntas, formam um todo equilibrado. Açúcar, chá, álcool, café e leite são alimentos ‘yin’. Entre os ‘yang’ estão queijos duros, peixe, ovos. Há alimentos com equilíbrio entre as forças: cereais integrais, frutas, sementes e legumes.

Motivações no vegetarianismo
- Há benefícios para a saúde, como menor ingestão de gordura. No lado espiritual, a carne é vista como alimento impregnado de agressividade e dor, sentimentos que contaminariam a energia humana.
- Compaixão pelo animal é o argumento ético. Antes do abate, o boi é castrado e fica quase três meses sem andar para engordar. No mercado clandestino, muitos morrem a pauladas.
- O impacto ambiental do comércio de carne justifica a opção sob a ótica ecológica. A ONU estima que os gases envolvidos na produção de carne respondam por 18% das emissões de gases do ‘efeito estufa’. Novos pastos, a custa de desmatamento, também são criticados.
Vermelho versus verde
Vermelho
Cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração, Daniel Magnoni confirma que a dieta vegetariana reduz a exposição a doenças cardiovasculares e diabete, mas alerta: "Carnes fornecem ferro, zinco e selênio em maior quantidade", diz. Segundo ele, "dependendo do conhecimento científico do vegetariano, há grande risco de anemia e desnutrição." Doutora em ciência dos alimentos pela USP e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação, Silvia Cozzolino não indica a dieta para crianças. "A carne é essencial no crescimento. A criança com genética para medir 1m80 pode estacionar no 1m65, por exemplo. Além disso, o sistema imune fica mais vulnerável na falta de zinco. Para quem exclui leite, vale saber que ele é a melhor fonte de cálcio. Em adultos vegetarianos, fizemos estudos sobre níveis de zinco e ferro. Metade das mulheres mostrou carência nesses minerais. Por outro lado, sabemos que o churrasco libera substâncias cancerígenas. O bom é comer carne com moderação."
Verde
Coordenador do departamento de medicina da Sociedade Vegetariana Brasileira, Eric Slywitch garante que o único nutriente que pede atenção na falta de carne é a vitamina B12. "A falta dela existirá em toda dieta desequilibrada, com ou sem carne", diz. Em compensação, os benefícios proporcionados pelos vegetais, segundo ele, compensam o cuidado com a B12. "O vegetariano tem diminuído em 88% o risco de câncer de intestino grosso e em 54% no caso do câncer de próstata", afirma. Sobre a crítica contra a carência de ferro, Slywitch acredita haver exageros. "A carne tem cerca de 40% de ferro-eme, que é mais bem absorvido pelo corpo, mas ela perde muito dele em seu congelamento e preparo. O ferro não-eme, de vegetais como feijão, é de absorção mais difícil, mas isso pode melhorar com boas combinações. Se o ferro for ingerido com vitamina C, há mais absorção; se for com chá preto há menos", ensina. Constam mais dicas no livro dele: ‘Como combinar alimentação sem carne’, de 2006.
Agora a decisão é sua, o que importa, enfim, é buscar uma alimentação adequada a seus princípios, não abandonando, entretanto, sua saúde.
Conheças os tipos de vegetarianismo
Ovolactovegetariano - A maior parte dos vegetarianos se enquadra nessa categoria. Inclui ovos e derivados de leite, o que diminui o risco de a pessoa vir a ter deficiência de proteína e cálcio. Há também o grupo dos lactovegetarianos, que admitem o consumo de derivados de leite, mas não incluem ovos na dieta. Já dentro da linha do ovovegetarianismo, o consumo de ovos é considerado permitido pelos adeptos.
Frugívoros - No frugivorismo, é permitido comer só frutas, nozes e alguns legumes. Há uma preocupação em não matar as plantas, consumindo só o que elas podem repor facilmente: os frutos. Existem ainda os simpatizantes do crudivorismo. Neste caso, nenhum dos alimentos, principalmente os brotos, são cozidos acima de 40ºC, ponto a partir do qual as enzimas dos vegetais começariam a ser destruídas.
Vegetarianismo restrito - Não comem alimentos de origem animal em nome da saúde. Entre eles há os veganos, os mais radicais. Rejeitam carne, ovo, derivados de leite e produtos que imponham algum sacrifício ao animal: de mel a blusas lã - e até extratos à base de gordura animal presentes em certos cosméticos. Mais que dieta, veganismo é um estilo de vida. Alguns sequer vão ao cinema, pois, a película contém gelatina.
Macrobiótica - Baseia-se na filosofia chinesa das forças complementares: yin e yang. O ‘yin’ é a força feminina e representa a tranqüilidade. O ‘yang’ é o lado masculino, a agressividade. Juntas, formam um todo equilibrado. Açúcar, chá, álcool, café e leite são alimentos ‘yin’. Entre os ‘yang’ estão queijos duros, peixe, ovos. Há alimentos com equilíbrio entre as forças: cereais integrais, frutas, sementes e legumes.

Motivações no vegetarianismo
- Há benefícios para a saúde, como menor ingestão de gordura. No lado espiritual, a carne é vista como alimento impregnado de agressividade e dor, sentimentos que contaminariam a energia humana.
- Compaixão pelo animal é o argumento ético. Antes do abate, o boi é castrado e fica quase três meses sem andar para engordar. No mercado clandestino, muitos morrem a pauladas.
- O impacto ambiental do comércio de carne justifica a opção sob a ótica ecológica. A ONU estima que os gases envolvidos na produção de carne respondam por 18% das emissões de gases do ‘efeito estufa’. Novos pastos, a custa de desmatamento, também são criticados.
Vermelho versus verde
Vermelho
Cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração, Daniel Magnoni confirma que a dieta vegetariana reduz a exposição a doenças cardiovasculares e diabete, mas alerta: "Carnes fornecem ferro, zinco e selênio em maior quantidade", diz. Segundo ele, "dependendo do conhecimento científico do vegetariano, há grande risco de anemia e desnutrição." Doutora em ciência dos alimentos pela USP e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação, Silvia Cozzolino não indica a dieta para crianças. "A carne é essencial no crescimento. A criança com genética para medir 1m80 pode estacionar no 1m65, por exemplo. Além disso, o sistema imune fica mais vulnerável na falta de zinco. Para quem exclui leite, vale saber que ele é a melhor fonte de cálcio. Em adultos vegetarianos, fizemos estudos sobre níveis de zinco e ferro. Metade das mulheres mostrou carência nesses minerais. Por outro lado, sabemos que o churrasco libera substâncias cancerígenas. O bom é comer carne com moderação."
Verde
Coordenador do departamento de medicina da Sociedade Vegetariana Brasileira, Eric Slywitch garante que o único nutriente que pede atenção na falta de carne é a vitamina B12. "A falta dela existirá em toda dieta desequilibrada, com ou sem carne", diz. Em compensação, os benefícios proporcionados pelos vegetais, segundo ele, compensam o cuidado com a B12. "O vegetariano tem diminuído em 88% o risco de câncer de intestino grosso e em 54% no caso do câncer de próstata", afirma. Sobre a crítica contra a carência de ferro, Slywitch acredita haver exageros. "A carne tem cerca de 40% de ferro-eme, que é mais bem absorvido pelo corpo, mas ela perde muito dele em seu congelamento e preparo. O ferro não-eme, de vegetais como feijão, é de absorção mais difícil, mas isso pode melhorar com boas combinações. Se o ferro for ingerido com vitamina C, há mais absorção; se for com chá preto há menos", ensina. Constam mais dicas no livro dele: ‘Como combinar alimentação sem carne’, de 2006.
Agora a decisão é sua, o que importa, enfim, é buscar uma alimentação adequada a seus princípios, não abandonando, entretanto, sua saúde.
Fonte: Bem Paraná
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